domingo, 9 de agosto de 2009

A vida nem sempre é como imaginávamos...

"Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino pra lá..."
(Roda Viva - Chico Buarque)
Ontem assisti ao leve, doce e descontraído filme da Sessão de Sábado, "Enquanto Você Dormia" (While you Were Sleeping), por sinal muito propício a uma fria e chuvosa tarde portoalegrense... o filme, em si, é uma típica comédia romântica, mas uma frase em especial me fez divagar: "a vida nem sempre é como imaginávamos". E, ao longo do filme, percebemos o sentido positivo que isso pode ter, mesmo que incompreensível em um primeiro momento...
Muitas vezes buscamos controlar e assumir responsabilidade pelo que está completamente fora de nosso controle, mesmo que dentro de nossas próprias vidas. Podemos nos irresignar, afundar em uma barra de chocolate (dependendo da intensidade da frustração), brigar com o mundo, ou simplesmente sentar e chorar... Mas, ainda há a possibilidade (que me parece bem menos sofrida) de aceitar os imprevistos e ter uma visão positiva, até porque normalmente descobrimos que foi melhor assim, que levou a coisas melhores, ou então que o que imaginávamos antes não seria tão bom assim.
É, essa é a única certeza na vida... tudo é mudança, e não só do exterior que imaginamos (ou idealizamos), mas do nosso próprio interior... como já li muitas vezes por aí: "nenhum homem toma banho duas vezes no mesmo rio, pois, quando volta a ele, nem o rio é o mesmo e nem mais o homem o é".
Sendo essa a certeza (e, paradoxalmente, talvez a única segurança), o que nos resta é buscar enxergar os fatos como se apresentam, fazendo o melhor possível com o que temos nas mãos, aqui e agora, mas sem esquecer que a qualquer momento pode chegar a roda viva e deixar tudo isso pra lá...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

"Inutilia Truncat"


Inutilia Truncat: cortar as inutilidades.
É, simples assim. Mas, é o tipo de coisa simples que faz parar, pensar e perceber como as coisas inúteis têm a capacidade de se acumularem (com a nossa permissão, é claro). E essas "coisas" podem ser coisas no sentido literal, mas também são relações que não acrescentam (ou diminuem), hábitos que insistimos em conservar, ou até mesmo pensamentos autossabotadores que não deixamos de jeito nenhum, mesmo sabendo que vão de encontro aos nossos próprios desejos. E quando nos damos conta, estamos nos sentindo "uó", já que substituimos grande parte do que era útil pelo inútil, frustrando-nos pelas complicações que nós mesmos criamos! Por sinal, complicar é o cúmulo da inutilidade... e simplificar seria a solução de grande parte dos problemas, ou ao menos o melhor caminho para tal.
Bom, já que comecei pelo latim (sem querer complicar, obviamente), aí vai:
simplex: O sim origina-se do latim, significando um/único. Já o plex vem do indo-europeu plek e quer dizer dobra/laço.
"Complicado", por sua vez, dá a idéia de vááááárias dobras, pois cum indica intensidade. Concordo que a intensidade tem seu valor (e muito!), mas de laços e enredações... convenhamos, né?
Então, é bom prestarmos atenção, para que ex-pliquemos (desdobremos) as complicações, evitando a per-plexidade (super enredamento) diante dos problemas que nós mesmos criamos... Enfim, respiremos fundo, adotemos o lema inutilia truncat e brindemos a uma vida livre de dobras e inutilidades!
And the rest is still unwritten...